«Ninguém se mexa! Mãos ao ar» disse o histérico
e frívolo homenzinho com mais medo
da arma que empunhava que de nós.
«Mãos ao ar!», repetiu para convencer-se.
Mas ninguém se mexeu, como ele queria...
Deu-lhe então a maldade. Quase à toa,
escaqueirou o espelho biselado
que tinha as Boas-Festas da gerência
escritas a sabão. Todos baixámos,
medrosos, a cabeça. Se era um louco,
melhor deixá-lo. (O barman escondera-se
por detrás do balcão). Ali estivemos
um ror de medo, até que o rabioso
virou a arma à boca e disparou»
Alexandre O'Neill
Sinto-me como o "homenzinho com medo". Não com vontade de matar toda a gente, mas com o mesmo sentimento de já estar a chegar ao limite.
Sinto-me como o "homenzinho com medo". Não com vontade de matar toda a gente, mas com o mesmo sentimento de já estar a chegar ao limite.
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