sábado, 16 de fevereiro de 2008

«NINGUÉM SE MEXA! MÃOS AO AR»


«Ninguém se mexa! Mãos ao ar» disse o histérico
e frívolo homenzinho com mais medo
da arma que empunhava que de nós.
«Mãos ao ar!», repetiu para convencer-se.

Mas ninguém se mexeu, como ele queria...
Deu-lhe então a maldade. Quase à toa,
escaqueirou o espelho biselado
que tinha as Boas-Festas da gerência

escritas a sabão. Todos baixámos,
medrosos, a cabeça. Se era um louco,
melhor deixá-lo. (O barman escondera-se
por detrás do balcão). Ali estivemos

um ror de medo, até que o rabioso
virou a arma à boca e disparou»


Alexandre O'Neill

Sinto-me como o "homenzinho com medo". Não com vontade de matar toda a gente, mas com o mesmo sentimento de já estar a chegar ao limite.

Sem comentários: